Na época de seca, o clima é ruim para o crescimento do capim, devido às baixas temperaturas, ausência ou pouca quantidade de chuvas, e menor disponibilidade de radiação solar.
Com isso, a produção de pasto é bastante diminuída na época de seca, o que pode fazer faltar alimento para os animais do rebanho nessa época.
Se isso acontecer, vários problemas podem ocorrer no sistema de produção, tanto para os capins, quanto para os animais.
Dentre os problemas que podem ocorrer para o capim, destaca-se o superpastejo. Nesta condição, o pasto fica rapado; não consegue captar a luz do sol para crescer; usa grande parte de as suas reservas; e cobre menos o solo, o que abre espaço para o aparecimento de plantas daninhas na pastagem.
Todos esses fatores contribuem para a degradação da pastagem, em médio e longo prazos.
Dentre os problemas que podem ocorrer para o animal, quando falta alimento na época de seca, podemos citar: perda de peso; problemas reprodutivos; ciclo produtivo mais longo (maiores idades de abate e ao primeiro parto); pior qualidade da carne; menor produção de carne ou leite por área de pastagem; e, em casos, extremos, mortalidade dos animais.
Todos esses fatores contribuem para gerar prejuízo com a atividade pecuária a pasto.
Desse modo, para evitar problemas na época de seca, o pecuarista deve se planejar para a produção e a oferta de alimentos volumosos para o rebanho nesta época.
Ainda bem que o pecuarista dispõe de várias estratégias técnicas, cada qual com características específicas e que devem ser escolhidas, de acordo com as características do sistema de produção e com o objetivo do pecuarista.
As estratégias para produção de forragem para uso na época de seca podem ser classificadas em:
Na primeira classe, estão os processos de produção de forragem conservada (ensilagem e fenação) e o uso de capineiras com capim, cana-de-açúcar (canavial) e leguminosas forrageiras (legumineira).
Já na última classe, encontram-se as estratégias que possibilitam a produção de pasto para uso na entressafra, tais como o diferimento ou vedação da pastagem, a irrigação, o uso de forrageiras de inverno, a produção de pasto safrinha em sistemas que operam com integração entre agricultura e pecuária (ILP), e o subpastejo no fim da época das águas, com o objetivo de aumentar o estoque de forragem para uso no período de seca (ver a Figura).
Figura – Classificação das estratégias de manejo que podem ser utilizadas para a produção de forragem a ser ofertada ao rebanho na época de seca.
É importante que você saiba que mais de uma estratégia para produção de forragem para uso na época seca do ano podem e, muitas das vezes, devem ser utilizadas no sistema produtivo.
Fazendo isso, você diminui os riscos alimentares no seu sistema de produção a pasto e também atende melhor a demanda por alimento de categorias específicas de animais existentes no rebanho.
Por exemplo, você pode ofertar um pasto diferido, que tem pior valor nutritivo, para vacas secas, que têm menor exigência nutricional.
Mas você pode fornecer silagem de milho ou um pasto irrigado e bem manejado (alimentos de melhor qualidade) para vacas em lactação, que possuem maior exigência nutricional.
Então, não se esqueça:
Todo ano tem seca. Fique preparado!
Até uma próxima!