A formação da pastagem consiste no estabelecimento da planta forrageira numa determinada área. Ela é o “ponto de partida” para a produção de carne ou de leite no Brasil, porque, em nosso país, predomina os sistemas de produção a pasto.
Durante a formação da pastagem, uma das ações de manejo que devem ser executadas diz respeito à escolha do capim que será cultivado. Nesse momento, a seguinte dúvida pode surgir:
Que capim escolher?
Para lidar melhor com as dúvidas relacionadas à escolha do capim para a formação da pastagem, torna-se necessário obter conhecimento.
O conhecimento é a base para a correta escolha do capim durante a formação da pastagem.
Dois tipos de conhecimento são necessários:
As principais características do capim se referem às suas características genéticas. Dentre essas características, as mais importantes são:
– capacidade de se adaptar ao clima da região (temperatura, precipitação pluvial, fotoperíodo, etc.);
– capacidade de se adaptar ao solo (relevo, profundidade, drenagem e fertilidade) da área;
– tolerância aos insetos pragas e às doenças;
– presença de fatores antinutricionais;
– altura ou porte natural do capim;
– taxa de crescimento inicial, durante o estabelecimento;
– potencial de produção de forragem após o estabelecimento da pastagem;
– potencial de qualidade da forragem produzida;
– época e intensidade de florescimento (produção de cacho ou pendão);
– forma de crescimento (cespitoso, decumbente, estolonífero ou rizomatoso); e
– modo de propagação (por sementes ou por mudas).
Já as características do sistema de produção dizem respeito ao ambiente ou à condição em que a planta forrageira será estabelecida e manejada. Isso inclui os seguintes fatores:
– clima da região;
– solo da área da pastagem;
– sistema de produção (bovinocultura, equideocultura, caprinocultura, ovinocultura, etc.);
– tipo de animal que pastejará o capim (por exemplo: vaca seca, vaca em lactação, novilhas em crescimento);
-a forma como o capim será colhido (corte ou pastejo);
– o método de lotação usado para manejar o pastejo (“pastejo contínuo” ou pastejo rotativo);
– o nível tecnológico do sistema de produção (baixo, médio ou alto); e
– o objetivo do pecuarista.
É necessário que as características dos capins e as características do sistema de produção em que o capim será introduzido sejam compatibilizados, para que a formação da pastagem seja adequada.
De forma análoga a um jogo de quebra cabeça, o capim é uma peça-chave que deve se encaixar ou se adequar corretamente às outras peças ou características do sistema produtivo, de modo a garantir a sustentabilidade da pastagem e do sistema de produção.
Outra analogia: assim como existe uma roupa apropriada para cada tipo de situação, também haverá um tipo de capim mais adequado a cada tipo de pastagem.
Então, não tenha pressa na hora de escolher o capim. Dedique tempo na busca por informações e conhecimentos sobre os capins disponíveis no mercado. Isso é a base para a correta escolha do capim. Isso evita erros e prejuízos com a produção animal a pasto.
Até uma próxima!