A cada ano, o número de capins disponíveis aos pecuaristas brasileiros está aumentando. E esse é um fato que tende a se acentuar no futuro, porque, além das empresas públicas, há uma crescente participação de empresas privadas no melhoramento e lançamento de novas opções de capins tropicais.
Além disso, com o domínio da tecnologia de geração de híbridos de Urochloa e Panicum, a variabilidade genética desses capins pode ser substancialmente aumentada, resultando em híbridos diferentes.
O aumento da diversidade de capins, por um lado, é bom, pois aumenta as chances de o pecuarista encontrar no mercado os capins mais adequados ao seu sistema produtivo.
Por outro lado, esse maior número de capins disponíveis no mercado pode confundir o pecuarista no momento de escolher sobre qual capim usar para formar sua pastagem.
O ideal é que todo capim novo apresente um diferencial, isto é, uma característica que o diferencie dos demais capins já existentes no mercado. Porém, essa não é uma tarefa fácil, pois quase todas as características agronômicas e zootécnicas importantes já são encontradas nos diversos capins já disponíveis no mercado.
Por essa razão, a tendência é de que os capins mais novos sejam lançados para atender alguns nichos ou para solucionar problemas mais específicos. Esse seria o principal diferencial desses capins novos.
Por exemplo, o capim-paiaguás (Brachiaria brizantha) foi lançado, pois é uma braquiária que se adapta melhor e gera maior desempenho animal na época seca do ano.
Já o capim-zuri (Panicum maximum) foi lançado, mesmo tendo características semelhantes ao capim-tanzânia, porque é resistente ao fungo Bipolaris maydis, que causa necroses pontuais nas lâminas foliares do capim-tanzânia.
Por outro lado, o capim-ipyporã (Brachiaria spp.) foi lançado, pois é uma braquiária híbrida mais tolerante às cigarrinhas do gênero Mahanarva.
É importante deixar claro que os capins mais velhos ou antigos, que são ou foram usados pelos pecuaristas há muito tempo não são piores ou inferiores, em comparação aos capins mais novos ou atuais, cujo lançamento ocorreu mais recentemente.
Também é importante que você saiba que os capins mais novos não são necessariamente mais produtivos e de melhor valor nutritivo do que os capins mais antigos.
As características de produtividade e de qualidade da forragem são muito mais influenciadas pelo ambiente e pelo manejo da pastagem do que pela genética do capim.
Na grande realidade das fazendas brasileiras, o fator mais limitante é o manejo incorreto da pastagem e não o potencial genético do capim para os parâmetros de quantidade e de qualidade da forragem.
Infelizmente, em muitos casos, alguns capins antigos deixaram de ser usados pelos pecuaristas devido à falta de conhecimento, o que resultou em erros no manejo e, com efeito, em baixa resposta produtiva desses capins antigos.
Assim, é um mito achar que o capim novo é melhor do que o capim antigo.
Não existe um capim melhor do que outro.
O que se tem é um capim mais adequado do que outros para uma determinada situação.
Até uma próxima!